sábado, 21 de agosto de 2010

História e Cinema

Discussão instalada nos primórdios do século XX agora já passa constantemente pela escrita da história como se fosse ( e talvez ainda o seja) uma das fontes históricas mais nobres do atual momento; um domínio do campo da história onde são levantadas temáticas subjetivas nas vertentes antropológicas, sociológicas e semióticas - ciência dos signos usados na comunicação -, assim como, assim como o estudo relacional do próprio tempo histórico.
A partir da análise projetada pelo historiador e cineasta Marc Ferro, pode-se dizer que o cinema realmente passa por dois aprofundamentos no campo analítico-crítico-dialético: análise da contra-história e os aspectos psico-socio-históricos.
Nos debates ocorridos nos últimos seminários, congressos e disciplinas essa fonte histórica tem sido vista como uma contra - história da nossa sociedade, a partir do momento que reprojeta os anseios e/ou angústias, traços culturais, ideologias e tantos mais, de um determinado tempo ''o que é importante registrar é que hoje se admite que a linguagem não ilustre nem reproduza a realidade, ela a constrói a partir de uma linguagem própria que é produzida num dado contexto histórico''( KORNIS,1992,p.238)ou como aponta o próprio Marc Ferro'' todo filme sem privilegiar nenhum gênero, deve ser analisado pelo historiador. As obras cinematográficas traz informações fidedignas a respeito do seu presente''( FERRO,1960,p.10).
Colocando em evidências os aspectos psico-socio-históricos, podemos começar nos arrepiando assistindo documentários fílmicos, como por exemplo, Vinícius de Morais - O Filme -, filmes que retratam nosso imaginário futurístico como Matrix, ou melhor, o cinema sendo usado como instrumento dos nossos próprios anseios que relaciona o passado, reprojeta o futuro e vencia o presente a partir de elementos intrinsecamente culturais.
Nesse espectro de análise, História e Cinema tornam-se um campo vasto para reflexões dos historiadores, críticos e públicos em geral, principalmente quando são levantados questionamentos no entendimento de se fazer uma contra-história e a nossa própria projeção nas zonas psico-sócio-históricas.

3 comentários:

  1. Foi colocado muito bem a interdependência que existe entre o Cinema e a História, como ciência.
    Pode-se dizer que uma das funções sociais dos filmes, é de fazer com que presenciemos a História de uma maneira geral e, assim, possamos entender e refletir sobre a atual conjuntura na qual estamos inseridos. E, mais que isso, projetarmos nossos ideais pra uma vida melhor.
    Isso é bem ilustrado quando lembramos do filme "O Clube do Imperador", que trata do caráter do Homem e que deixa claro que muitos passam pela História, mas só "ficam" (na História), quem realmente contribui de maneira positiva para a humanidade.
    Concordo que o historiador deve abordar todos os filmes, de certa forma; mas, é hora de ser repensada sobre a imensa quantidade de filme de massa, que não faz a sociedade pensar.
    Viva o cinema europeu!

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  2. Lucas, você foi brilhante na colocação... tambem concordo com a citação do filme "O Clube do Imperador"... por sinal vou tentar fazer uma crítica sobre o filme.

    abraços!

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  3. li esse texto pq o título foi o q mais me atraiu - a arte me encanta em todos os aspectos.
    gostei muito da forma como vc colocou, o exemplo de matrix, da forma como o cinema busca tirar-nos de dentro de nós mesmos...
    e como todo e qualquer aspecto influencia muito!
    agradeço as colocações,

    e principalmente o comentário no meu texto.
    ^^

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