domingo, 12 de junho de 2011

‘’A TRANSFORMAÇÃO DE DOCUMENTOS EM MONUMENTOS’’

‘’A TRANSFORMAÇÃO DE DOCUMENTOS EM MONUMENTOS’’


Argumentação básica nos arredores das ideias foucaultiana nos revela uma das belas observações antropológica e sociológica que os historiadores passaram a digerir, pois, quebrar com as estruturas fixas no que se refere a análise histórica – como por exemplo, as fases da revolução francesa, o período da república velha, a revolução bolchevista, a história do Antigo Egito e/ou estudar todo o Império Romano – nos projeta para uma reflexão mais próxima da realidade,isto é, uma história que satisfaz o sonho de historiar as relações culturais, sociais, políticas,econômicas e filosóficas entre o passado e o presente.
Desse entendimento saíram as mais belas argumentações políticas no âmbito da conquista da cidadania, sexualidade como controle do poder da igreja na idade média, formação da mentalidade, história em que algum momento parece com estórias, estudo do capital simbólico e assim por diante.
Como é delicioso levantar fontes que nos revelam como era a cópula em certos períodos da história, levantar argumentos sobre as brigas políticas no Egito Antigo, perceber que heróis como Tiradentes – segundo as fontes históricas – tinha quatro escravos e lutava pela ‘’ emancipação do Brasil e/ ou Minas Gerais’’ – veja! o Brasil tinha tantos Brasis -, como é magnífico estudar o Cortiço – Aluizio de Azevedo – no seu tempo fazendo análise do tempo histórico da obra e juntamente com essas argumentações diagnosticar características de um Rio de Janeiro oitocentista.
Como é esplêndido estudar os quilombolas, as quebradeiras de coco babaçu do povoado sete barracas – toda dialeticidade que as mesmas construíram em defesa dos seus clãs -, as tribos indígenas – e com essa análise descobrir que o Darwinismo Social foi superado, ao mesmo, tempo, irresponsável pela prostituição do colonizado.
Delícia, mesmo, é estudar que a diversidade de chapéus de um determinado grupo descendente dos incas identifica micro-sociedades diferentes e que não precisaram necessariamente se adequar a uma história longa do modo de produção capitalista ou das suas características no período tão longo antes da chegada do colonizador.

Digamos, para resumir, que a história, em sua forma tradicional, se dispunha a ‘’memorizar’’ os monumentos do passado, transformá-los em documentos e fazer falarem estes rastros que, por si mesmos, raramente são verbais, ou que dizem ou que dizem sobre silêncio coisas diversas do que dizem: em nossos dias, é o que transforma os documentos em monumentos e que desdobra, onde se decifravam rastros deixados pelo homem. ( FOUCAULT, 2005, p. 8).

Ler mais... A Arqueologia do Saber ( Michel Foucault)